“Recriar o direito ao improviso, ao imprevisível, ao criativo, remando contra o pré-estabelecido, o previsível. Conspirar contra a mecanização do ensinar, como a que se estabelece em cima de programas de curso rigidamente pré-montados e empacotados”. (Carlos Rodrigues Brandão)
Para nós do Grupo Matizes Dumont o bordado é expressão da alma, da vida, do Ser. Gesto inclusivo e transformador, o bordado nos organiza internamente, permite “um estar consigo” e o pespontar de novos caminhos. No convívio com o bordado como no diálogo com a arte, é possível a reaproximação com a sensibilidade: encontro com a própria sensibilidade e a sensibilidade do outro.
Aprendemos desde muito cedo que o convívio com a natureza, com a simplicidade e com a beleza pode ser muito favorável para as pessoas. Carregado de significados, ilumina a existência e os cantinhos da alma.
Aprendemos ainda que experimentar criar, trabalhar com a improvisação de forma positiva, construir algo nos traz sensações agradáveis de realização e encantamentos; nos desperta para sentidos e sentimentos e sensação de bem estar, emociona e humaniza aquele que cria e aquele que contempla a obra, o fruidor. Na visão da Psicologia da Arte de Vygotsky, “a arte não altera apenas o humor imediato dos indivíduos, mas objetiva sentimentos e outras potencialidades humanas. Ela é capaz de provocar alterações no psiquismo dos sujeitos”.
E foi por acreditar na vida como um tecido, trama, urdidura e campo a ser bordado, que além de criar obras únicas no campo das Artes Visuais expostas em Museus e Galerias, escolhemos devolver o nosso aprendizado para comunidades com as quais ensinamos e aprendemos. Desenvolvemos a vivência psicopedagógica (A)Bordar o Ser, prática que rompe com o aspecto apenas instrumental do ato de bordar para desenvolver o potencial criativo e expandir a consciência do participante. Esta bordação que traz a oportunidade de rebordar a história de vida, num exercício de humanização e espiritualidade é utilizada em processos de desenvolvimento humano e também em processos socioeducativos.
Ao adotar esta vivência criativa onde a linha da imaginação solta e imprevisível é uma estratégia, torna-se possível conjugar saberes e a partilha, onde é permitido, ao participante, experienciar a criação e o contato com as emoções e sentidos. Possibilita (A)bordar pontos da história de vida, dialogar com a realidade no espaço onde vivemos. Espaço e lugar onde experimentamos, ensinamos e aprendemos pontos do bordado que unem a vida real e imaginária. Encontro feito do entrelaçamento entre bordados, natureza, cor, movimento, brincadeiras, sentimentos e realidade.
No percurso do trabalho com pessoas saudáveis ou em diferentes situações de saúde, observa-se que a aproximação com a sensibilidade e com os conteúdos internos e de vida promove transformações pessoais e coletivas. O trabalho com a autoria, com a confrontação dos limites, aumenta a autoestima, a confiança, propicia transformações importantes no pensar, compartilhar, agir e ser. Participantes revelam entusiasmo, constatam melhoria no humor, na compreensão da realidade e no desejo de imprimir novos movimentos em direção às mudanças de vida.
Quanto ao trabalho com pessoas portadoras de doenças degenerativas e neurológicas leves, osteoarticulares das mãos em estágio inicial, depressão leve e moderada, observou-se redução geral dos sintomas, e, em especial, aumento da autoestima, da energia e da disposição para a vida.
Para Barroco, S. M. S. & Superti, T., “ao se produzir arte e ao dela se apropriar, funções psicológicas dos sujeitos também são formadas e desenvolvidas”. Assim a arte como caminho contribui para aumentar a capacidade de compreender a realidade, despertar sentimentos favoráveis para as transformações e o poder de resiliência de pessoas.
A criatividade é um dom nato à espera de um canal de expressão. Pela arte do bordado, e outras expressões da arte têxtil, pela música pelo corpo em movimento, pelas tramas das histórias de vidas, ou pela produção de textos coletivos é possível tecer uma teia e redes solidárias, com nuances de cores poéticas e prenúncios de uma nova vida.
“A arte é o social em nós, e se o seu efeito se processa em um indivíduo isolado, isto não significa, de maneira nenhuma, que suas raízes e essência sejam individuais”. Vygotsky
Sou apaixonada pelos bordados da família Dumont.
Sempre que possível, assisto as Lives, comprei o livro e acabei de comprar um quadro para a sala daqui de casa.
Vocês são influências da beleza e do bem.
Tentei fazer o rio São Francisco e as pessoas dizem que ficou bonito. Meu primeiro bordado, por influência de vocês, foi o rosto do Professor Paulo Freire.
Obrigada pela gentileza dos pontos, dos desenhos e traços da vida.
Já faço parte do grupo
Penso assim,a arte é o caminho, além de ser um ato de meditar,pois nessas horinhas a bordar e rebordar,,desligamos dos problemas,isso tudo só pode ser o amor que nos envolve nesta caminhada tão leve,que buscamos para nosso viver…
Quero ser uma aprendiz dessa ARTE, que penetra em mim a cada momento, desde que me foi permitido descobri -la.
Estou envolvida em “folhas” e já já em “sonhos”.
Grata….grata…
Quero ser uma aprendiz dessa ARTE, que penetra em mim a cada momento, desde que me foi permitido descobri -la.
Estou envolvida em “folhas” e já já em “sonhos”.
Grata….grata…