Hoje vimos muitas publicações falando e celebrando o Dia Internacional do Bordado. Consideramos esta celebração como algo importante, pela valorização e reconhecimento de uma manualidade e expressão até bem pouco esquecida.
O Grupo Matizes Dumont que vivencia cotidianamente o bordado, em toda a sua força e beleza tem hoje uma palavra bordada para vocês e para o universo. O universo que nos borda, que tem nos dado luz, tem nos dado percepção. Essa percepção de trabalhar a linha que um dia foi cardada, de trabalhar o linho, de trabalhar o algodão cru que um dia foi flor.
A gente que viu sendo plantado, sendo colhido e sendo trabalhado no mundo inteiro os fios dessa trama que é existir, pode rebordar um ponto que não é ponto de cruz, mas um ponto espontâneo que descobrimos a partir dos ensinamentos de mamãe e nossas tias, e de tantas mulheres que nos ensinaram a bordar cada uma a seu tempo.
Existe a palavra alheia (baseada em outros autores) a palavra alheio própria (surgindo nas pesquisas) e a palavra própria, que é quando você puxa de corpo e alma a linha que é sua, do seu grupo, da sua espontaneidade, da sua criação, a sua criatura. Então como “bordadeiras da bordação própria”, desejamos hoje que o bordado seja esta lamparina acesa, de trocas, de compreensão, de simultaneidade, de sincronicidade. E principalmente onde um bordado que uma bordadeira invente, acrescente, carregue também a coragem de manter a própria individualidade, subjetiva e de grupo, da cultura de um povo.
Que esta bordação possa trazer a aurora na vida de cada pessoa, e viva o “bordado neo contemporâneo” recém-nascido no cotidiano de cada uma de nós!
Ângela Dumont
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