Coisa boa é Bordar para Fluir. Buscar a inspiração e “motivos para bordar” entre os delicados fios da fantasia e as representações do nosso cotidiano, inscritas fortemente em nós. A nossa inspiração vem do entrelaçamento entre a imaginação e a leitura da realidade, da observação da luz e sombra, do grafismo da natureza, dos “meio tons” da vida em busca do BORDAR PARA FLUIR, como águas de um rio em nós.
Ao trazer a sensibilidade e a espiritualidade como experiência de liberdade ao fazer uma tela bordada, muitos são os outros pontos e pespontos que nos levam a manifestação dos sentimentos no pano. A inspiração e criação de um bordado livre inclui sonhar, brincar, fazer escolhas, olhar, sentir, fluir, ser.
Trazer a experiência do vivido é condição primeira para a inspiração, para encontrar seus próprios motivos para bordar. O vivido, portanto é o fio da meada que ao longo de tantos anos nos liga e nos possibilita criar, fazer com as mãos, com a emoção e com a alma a nossa arte.
Fizemos uma opção de arte do BORDAR PARA FLUIR, para ser livre. “Para o Grupo Matizes Dumont o bordado livre é uma forma não convencional de expressão-poético visual, caminho por onde buscamos estética própria ao bordar com alma e ousadia os desafios e os fios para TRANSBORDAR” (Marilu 2017).
Tivemos um grande privilégio ao longo da vida: fomos desafiados para o olhar: para observar com sensibilidade e curiosidade para todo e qualquer detalhe trazido pelo acaso. Desafiados para olhar o mundo e descobrir a natureza das coisas, como a mudança das cores das árvores, encontrar as inspiradoras sementes com suas texturas tão extraordinárias.
Desafiados ainda para entender os movimentos das águas. Sentir os ventos dando notícias da floração, o cheiro da chuva na terra molhada. O fogo da lamparina sempre acesa a criar divertidas formas na parede.
Ah!… e nesse Bordar para Fluir como não olhar para os seres que habitam este mundão? Bicho de pena, de plumas, de patas macias e unhas afiadas, os de escamas de peixes, e o bicho homem.
A gente olhava em volta e descobria os materiais para construir nossos brinquedos, nossas primeiras inspirações para o bordado. As imagens da fantasia se misturavam às formas tortas do cerrado e sugeriam novos bordados a cada dia.
Tivemos também o privilégio de aprender a importância do olhar pra dentro de nós mesmos, com sensibilidade, curiosidade. Acolher sentimentos, olhar em torno, se reconhecer em aliança com a realidade numa incessante liberdade, num incessante fluir.
Até hoje tudo isso vira inspiração para nossos desenhos como antigamente quando a gente engendrava desenhos nas pedras grandes do rio. Felicidade é inspiraçãozinha à toa e feliz como dizia o poeta “alegres como piabinhas tontas que pinicavam o pé das lavadeiras”.
Uma dica e outra que importam muito para o bordado livre:
Bordar: conexão com a sua sensibilidade. Bordar para alegrar a alma.
Desvendar luz e sombra, claro e escuro, ranhuras de uma casca de árvore, ou o formato de uma folha serrilhada, ou o miolo de uma flor, é a parte mais gostosa para você brincar no seu bordado;
Olhar em volta: formas começam e recomeçam no bordado da vida – desde a plantação do algodão em flor que se transforma em fio que vai percorrer o tecido bordando belezas e o cotidiano. Flores murcham, fogo arde, sementes brotam, águas nos movem e se encachoeiram em comovente alegria;
Espaço e laçadas de beleza indizível: olhar curioso espreitando as formas, grafismo, as curvas e cores da natureza – assim você descobre novos desenhos para bordar;
Mas se me perguntarem como é mesmo que se ponteia e alinhava a liberdade? E posso te responder que bordado livre é um estado de espírito. O bordado é livre se você também estiver livre. É algo interno, pessoal. Olhar, escutar, encantar-se. Incessante busca de liberdade. O gesto livre e brincante de um criar que desafia a imaginação
Alinhada com a vida, nossa arte bordada é a mais pura emoção do vivido. Experimente bordar, viver, fluir.
Obrigada família Dumont por espalhar através do bordado tantas belezuras.
Olá bom dia. Adoro ver os bordados de vocês, e de ver a alegria que vocês nos transmite, eu adoro bordar, mas, bordo com riscos que encontro na internete. E sou voluntária em um instituto na minha cidade , e também estou aprendendo Brolha, gosto muito de fazer, e também faço costuras, e concerto de roupas. Bjs. Gosto de ouvir a moça que fala com vocês com muito carinho, chamando- as pelo nome ; de Madrinha.
Não sei o que mais me encanta, se os textos de Marilu ou seus bordados!
Gosto muito dos artigos de vocês, das lives, das aulas, das conversas… tanto encantamento!!
Boa tarde Marilu, onde comprar seu livro Harmonia das cores?
Obrigada,
Gilda Heloisa.
Oi Gilda, você consegue comprar no site do Matizes Dumont. Aqui está o link para o livro: https://www.matizesdumont.com/products/livro-harmonia-das-cores-nos-fios-do-bordado
SIMPLESMENTE MARAVILHOSAS, AS PALAVRAS A INCENTIVAR AO MARAVILHOSO QUE É BORDAR………………
Aos Dumont,
Marisa,
Tudo muito lindo e muito sensível.
Ao bordar , entro num mundo sem tempo – onde a alegria pode ressurgir através dos pontos que vão dando forma a tantas coisas lindas
E quando erro é só desmanchar e começar outra vez – sem medo de errar – e com tempo de ser feliz!
Agradeço por abrirem esse novo olhar
Forte abraço
Maria Elci
São lindas as palavras ditas para expressar os sentimentos que brotam do coração, de quem se propõe a enveredar-se neste entrelaçar de fios, expondo sentimentos de alegria e contentamento.
Parabéns à você que através de seus ensinamentos permite à outras pessoas uma explosão de cores impressas com espontaneidade e fios no trabalho que fazem.
Abraços.
Trabalho lindo! Adoro bordar. Queria bordar como vc Marilu.