“Vinte e cinco de dezembro não se dorme no colchão”
Em Minas, a Folia de Reis é patrimônio cultural. Para nós, é uma festa que brilha como a estrela de Natal…a bandeira enfeitada e o som de rabecas, tambores e guizos.
Folia é o grupo de devotos que sai à noite pelas ruas, em clima de mistério com os brincantes mascarados – os palhaços ou Bastiões. Chegam na porta das casas em silêncio e pedem licença pra entrar. Licença dada, começam as rezas, as danças de lundu, carneiro e sapateado.
Toda casa tinha seu presépio e a bandeira dos foliões era entronada em lugar de destaque. Nossa família sempre recebia os foliões. Era uma emoção perceber sua chegada no silêncio da noite chuvosa ou cheia de estrelas. A caminhada desses arautos, entre os dias 25/12 e 06/01, representa a devoção, fé e a procura que os reis fazem pelo Menino na Lapinha.
Nesse bordado, nossa criatividade foi inflamada pela riqueza simbólica e o vivido na infância. O caminho dos Reis Magos parece ter algo além do óbvio. Primeiro, eles descobriram no céu uma grande estrela (elevar o olhar); saíram de seus tronos e deixaram-se guiar por ela, aventurando-se por terras desconhecidas (confiar); e levaram presentes (entregar).
Acessar o sagrado dentro de nós exige essa caminhada. Os desertos que nos esperam serão os ataques de orgulho, medo, preguiça, descrença e outros pontos esquisitos que o bordado da vida também apresenta. Nessa dimensão de dualidades, luz e sombra são parceiros que nos provocam com o grande chamado: despertar nossa real essência.
E Viva Santos Reis! Vamos ser luz, confiança, respeito, alegria, sensibilidade e movimento pela vida! Vamos mobilizar as energias necessárias para o ano que principia. Força, foco e fé para ir mais fundo em nossos corações. Lá podemos encontrar nossa melhor versão…uma alegria sempre pronta a renascer!
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