O ato de brincar é como um fogo sagrado que nos aquece pelo lado de dentro. Uma chama que irrompe de um lugar onde a criatividade encontra solo fértil para brotar em estalos da alma... Pensando aqui que esse calor interno é essencial para o desenvolvimento humano, pois é nele que encontramos a verdadeira plenitude.
A essência do brincar revela-se onde há uma vivacidade, animação, o transbordar – um estado de ser-sensível que escorre dos cantinhos mais escondidos. Gestos e movimentos que por si só contam histórias sem palavras.
Podemos exercer o direito a ser criança em qualquer idade, assim como o direito ao avesso do bordado, explorando todas as nuances e possibilidades que a vida nos oferece? Nesse espaço de imaginação e expressão podemos encontrar a verdadeira essência da existência?
Ah, a magia do brincar, amigo meu caçador de belezas, tem lá suas bonitezas como um rio que flui entre as mãos que sabem bordar e as mãos que sabem brincar.
Bem aí está o encontro sagrado entre o mundo visível e o mundo invisível, onde o indizível e as imagens se entrelaçam com sentidos – cantiga de encantamentos e significados.
Nessa brotar e rebrotar de encantamentos e de ser criança, pode-se seguir tecendo a tapeçaria da infância, onde as mãos que brincam são as mesmas que bordam sonhos.
Que possamos, nos momentos de vida inteira, celebrar a liberdade e a criatividade que o brincar nos proporciona.
Que a brincadeira seja um leve pesponto sempre, pois é nela que se descobre a magia de sermos plenamente humanos, em conexão com os fios da nossa essência.
Gestos, movimentos, sejam dança de corpo inteiro, celebração da vida e da criança que habita em cada um de nós. Que o brincar seja um direito no caminho e a alegria e a criatividade sejam nossos guias. Como o azul do céu de maio, que a chama do brincar nunca se apague.
Deixo aqui a ponta do fio desta conversa, como um convite para continuarmos em outro momento, pois a brincadeira nunca pode ter fim.
Brasília, 27 de maio de 2024
0 comentários