Criatividade como um despertar em sete pontos alinhavados

Já pensou que criar é tão difícil ou tão fácil como viver? E que as duas coisas são do mesmo modo necessárias? Então vamos lá! Nesse rumo da prosa ao pensar na criatividade e bordado livre pespontei breve anotação trazida aqui só pra gente refletir sobre o assunto e investir no despertar, a(cor)dar o ser imaginativo, sensível e criativo.

Foto: Marilu Dumont

1. Desperte o Ser sensível em você: olhe em volta, contemple a vida, seus movimentos, formas, imagens e cores da natureza. Exercite o olhar, provoque o sentir e encontre a poesia e beleza em pequenas coisas.

Recorte do Quadro Encantamentos. Coleção: Brincadeiras – Crianças

2. A criatividade é um processo ligado à sua existência, à sua experiência de vida, às emoções. Por isso explore os caminhos percorridos e as pontas dos fios da sua memória, aproveite o aqui e agora.

Foto: Marilu Dumont

3. Perca os medos, inclusive do fracasso. Ouse, experimente, comece a praticar alguma manualidade, isso vai ajudar você a encontrar alegria e felicidade nas coisas simples e pequenas.

”Errar não só faz parte como é caminho seguro para encontrar o acerto. Um primeiro momento crucial é a percepção do erro e isso já é uma grande coisa! Deparar-se com o erro é um choque, que pode nos fazer crescer em consciência ou não. Podemos ficar arrasados, deprimir ou desistir, ou podemos ficar excitados para buscar o acerto, corrigir ou seguir adiante com erro e tudo – puxar a ponta de um fio delicado, uma linhazinha para encontrar novo caminho – a escolha sempre é nossa”. (E-book Desafios do Bordado Contemporâneo – Dumont, Marilu)

4. Promova o encontro com seu potencial criativo para desenvolver o bordado próprio, autoral. Quando você puxa de corpo e alma a linha que é sua, da sua espontaneidade, da sua criação. Experienciar para descobrir o novo, para criar.

Vale fazer uma observação importante sobre sua decisão de bordar. Esqueça o que o outro pensará do seu bordado. A ação é sua. Faça como quiser, livre de qualquer preconceito. Se quiser bordar um rio marrom, borde, mesmo que o tal rio seja verde, não importa, o rio é seu. A cor e o jeito de bordar são escolhas suas e de mais ninguém.

Foto: Marilu Dumont

5. Comece a sua organização criativa. Pode principiar organizando sua caixa de linhas. A harmonização das cores pode já começar nessa etapa de organizar as linhas. Por incrível que pareça, essa simples ação de colocar as cores em ordem – na forma que você preferir – permite que as cores se organizem também em sua cabeça, dando uma visão mais clara e ampla dos recursos disponíveis e os que estão faltando. Não deixa de ser uma espécie de “organização criativa”! A experiência de arrumar as linhas enquanto tenta perceber como as sente é essencial para o cultivo de um novo olhar em relação às cores. Poderá desenvolver sua criatividade e, quem sabe, sua capacidade de inovação.

6. Anote e compartilhe suas belas ideias, suas dúvidas, seus medos; não deixe para depois – o amanhã é inesperado, então faça do inesperado uma surpresa boa para você mesma(o).

Foto: Marilu Dumont

7. Pense nos benefícios de tirar um tempo para você mesma(o). O bordado tem seu tempo de delicadezas, paciência, coragem, inspiração, e pode lhe trazer harmonia, concentração, serenidade.

Todos esses alinhavos acima são importantes, e em outro momento voltaremos a eles. Finalizo citando Fayga Ostrower, para quem a “Arte não se ensina, é impossível ensinar. Assim como não se ensina ninguém a ser criativo, a ser artista. Isso é impossível. O que se pode fazer é incentivar que as pessoas eduquem a sua sensibilidade, porque isso cada um de nós tem, cada um tem um potencial de sensibilidade.”

E completo: criar é exercício cotidiano do viver, e por isso “aproveite o dia”!