A Dança de Roda: Uma Celebração Cultural e Artística
A dança de roda, trazida ao Brasil pelos imigrantes é um dos folguedos encontrados em todo território nacional e tem grande importância nas diferentes linguagens da arte. Encantamentos do cotidiano de crianças e adultos, estão registrados no cancioneiro popular, na literatura, no teatro, na escultura, na pintura e também nos bordados.
A roda sempre marcou presença nos festejos ao longo dos tempos. Na história as danças de roda estiveram ligadas a celebrações e seus diferentes significados, como o desejo de compartilhar alegrias de forma amorosa e ingênua. Comemorações religiosas, casamentos, nos festejos e vibração pelas águas das chuvas, fogo, terra em sua abundância, desde o preparo da terra ao plantio e colheitas.
No mundo infantil e no adulto a ludicidade das brincadeiras de roda trazem a possibilidade de convivência, do corpo em movimento, das descobertas, de experimentar brincar. No Brasil temos a Ciranda, o Coco, as Folias de Reis, Samba de Roda, dentre outros.
Momentos de alegrias e descontração vividos até hoje, quando o gesto simples de dar as mãos e formar um círculo aproxima, revitaliza energias, acolhem o outro. No círculo todos somos iguais, e esta representação lúdica e singela está muito presente na obra do Grupo Matizes Dumont.
Uma Releitura Encantadora
Hoje apresentamos um dos nossos registros deste cativante círculo de união na tela bordada “Dança de Roda”, que é uma releitura de um dos estudos de Cândido Portinari para o Painel Paz.
O mestre brasileiro criou entre 1952 e 1956 vários estudos para a elaboração de dois grade painéis a pedido do Presidente Juscelino Kubitschek, que encomenda os paineis para presentear a ONU. As duas obras de enorme tamanho receberam o nome de Guerra e Paz, e encontram-se instaladas até hoje no mesmo prédio. Abaixo foto dos painéis no Theatro Municipal do RJ.
A tela bordada recebeu o mesmo nome daquela do grande pintor brasileiro Cândido Portinari, “Dança de Roda”. Composta com imagens de onze mulheres criadas pelos traços rápidos do mestre entre 1995 e 1996. Ligeiros, lápis colorem os movimentos em preto, azulados, sépia, ocre, branco, verde. Ligeiras, as agulhas brincam no pano recriando as onze mulheres de “Candinho,” sugerem a leveza, a graça e o movimento da interpretação de uma nova “Dança de Roda”.
Esta tela que apresentamos hoje integra a coleção Coração em Paz. Ela foi bordada entre 2009 e 2010 a convite do João Cândido Portinari, filho do pintor por ocasião das vinda dos Painéis Guerra e Paz ao Brasil para restauro e exibição aos brasileiros. Os bordados foram exposto simultaneamente em Exposição na CAIXA Cultural/RJ em Dezembro de 2010.
Visualize a coleção na pagina www.matizesdumont.com
Brasília, 19 de setembro de 2023
0 comentários