Dia Internacional do bordado e o bordado no cotidiano

Hoje vimos muitas publicações falando e celebrando o Dia Internacional do Bordado. Consideramos esta celebração como algo importante, pela valorização e reconhecimento de uma manualidade e expressão até bem pouco esquecida.

O Grupo Matizes Dumont que vivencia cotidianamente o bordado, em toda a sua força e beleza tem hoje uma palavra bordada para vocês e para o universo. O universo que nos borda, que tem nos dado luz, tem nos dado percepção. Essa percepção de trabalhar a linha que um dia foi cardada, de trabalhar o linho, de trabalhar o algodão cru que um dia foi flor.

Obra "Vida que te quero viva'. Bordado do Grupo Matizes Dumont. Dia Internacional do bordado

Obra “Vida que te quero viva’. Bordado do Grupo Matizes Dumont.

A gente que viu sendo plantado, sendo colhido e sendo trabalhado no mundo inteiro os fios dessa trama que é existir, pode rebordar um ponto que não é ponto de cruz, mas um ponto espontâneo que descobrimos a partir dos ensinamentos de mamãe e nossas tias, e de tantas mulheres que nos ensinaram a bordar cada uma a seu tempo.

Obra Ilustrativa Dia Internacional do bordado

Foto por Marilu Dumont

Existe a palavra alheia (baseada em outros autores) a palavra alheio própria (surgindo nas pesquisas) e a palavra própria, que é quando você puxa de corpo e alma a linha que é sua, do seu grupo, da sua espontaneidade, da sua criação, a sua criatura. Então como “bordadeiras da bordação própria”, desejamos hoje que o bordado seja esta lamparina acesa, de trocas, de compreensão, de simultaneidade, de sincronicidade. E principalmente onde um bordado que uma bordadeira invente, acrescente, carregue também a coragem de manter a própria individualidade, subjetiva e de grupo, da cultura de um povo.

Que esta bordação possa trazer a aurora na vida de cada pessoa, e viva o “bordado neo contemporâneo” recém-nascido no cotidiano de cada uma de nós!

Ângela Dumont

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