Em um mundo repleto de tecnologia e distrações constantes, muitas vezes sentimos a necessidade de buscar atividades que nos permitam expressar nossa criatividade de forma genuína e significativa. Nesse contexto, desenhar e bordar surgem como uma combinação perfeita, mas é preciso mergulhar na liberdade de criação no bordado, para além do desenho perfeito.
Hoje vamos transitar no universo do desenho e do bordado, explorando o processo criativo e as maravilhas que surgem quando essas duas artes encontram-se e enoveladas fazem novos bordados. Mas nem sempre o processo é claro e isso traz à superfície mitos e preconceitos que precisam ser desembaraçados.
No turbilhão de pensamentos e demandas do dia a dia, encontrar tempo para conectar-se com a essência criativa pode ser desafiador. No entanto, quando permite-se mergulhar nas linhas, nos traços e nas cores, abrem-se portas para um mundo de possibilidades, onde a imaginação e a expressão ganham sentido, ganham vida. Mas muitos preconceitos podem prejudicar o fluir das águas criativas.
Esses dois processos criativos – desenhos e bordados – complementam-se e fortalecem-se mutuamente em uma harmonia que vai além das convenções e regras restritas. Afinal, será mesmo necessário saber desenhar para bordar? Esse assunto é um intrincado que vamos desembaraçar aqui, desafiando o mito que tem pairado sobre o mundo do bordado.
Então, vamos adentrar esse mundo repleto de cores, texturas e criatividade, onde a imaginação pode encontrar pelo caminho registros em papel, panos, linhas e agulhas do bordado livre e espontâneo.
Sou uma apaixonada pelo universo das cores e formas da natureza, que inspiram meus desenhos e bordados. Mas será que pra bordar precisa mesmo saber desenhar? Esse assunto é um intricado que vamos desembaraçar aqui.
A liberdade de criação no bordado livre vai além das habilidades de desenho.
Desenhar e bordar – combinação perfeita e processos independentes.
Ao desenhar, somos levados a um universo de liberdade, onde podemos dar forma às nossas ideias, explorar novos caminhos e expressar nossas emoções de maneira visualmente impactante. Desenhar e bordar são processos independentes. São combinações perfeitas quando associamos o bordado – e é aí que a mágica acontece! Sinto essa magia como quando a linha da corda bamba é oferecida trêmula e convida ao imprevisível.
O bordado livre e espontâneo, com suas agulhas delicadas e fios coloridos, traz uma dimensão tátil e sensorial ao processo criativo. Cada ponto, cada detalhe minuciosamente trabalhados, é como uma pincelada de vida que transforma o desenho em algo tangível, palpável. É uma “dança circular” entre corpo, emoções, onde a paciência, coragem e alegria são pespontados, criando uma peça única e cheia de significados.
A liberdade de criação no bordado livre vai além das habilidades de desenho. Essa afirmação desafia as convenções impostas e convida-nos a repensar o papel do desenho no processo criativo do bordado. Partir de um desenho é maravilhoso, e ele certamente vai ajudar no percurso a se percorrer com agulhas e linhas. Defendo a ideia de que a liberdade de criação no bordado livre transcende essas habilidades porque justamente esse caminho vai além do domínio do traço perfeito.
Ao mergulhar no universo do bordado livre, descobrimos um espaço onde a imaginação pode correr solta e as linhas transformam-se em expressões genuínas de nossos sentimentos e emoções. Não há necessidade de preocupar-se em reproduzir um desenho perfeito, mas sim em explorar a textura, as cores e os pontos para criar uma peça única e cheia de significado.
O bordado livre das formalidades, em sintonia com a sensibilidade e emoções
A prática do bordado livre das formalidades é uma forma de arte que permite explorar a sensibilidade, a intuição e a imaginação sem prender-se às amarras do desenho prévio. As agulhas delicadas dançam entre os fios coloridos, criando texturas, padrões e formas que ganham vida sob os dedos hábeis e inspirados.
Ao deixar de lado a exigência de habilidades de desenho, estamos abertos para uma liberdade sem precedentes. No bordado livre não há regras rígidas, nem padrões pré-definidos a serem seguidos. O bordado livre convida-nos a explorar as possibilidades infinitas do momento presente, a responder aos impulsos criativos que surgem dentro de nós.
É como se cada ponto, cada linha em movimento, fosse uma voz que baila e ecoa em harmonia com a nossa própria essência. O bordado livre permite-nos expressar emoções, histórias e visões de mundo de maneira singular, pessoal. É uma forma de comunicação silenciosa, onde as agulhas tecem palavras que vão além do discurso verbal.
Nesse processo, a liberdade de criação revela-se em cada escolha, em cada combinação de cores, em cada textura explorada. É aí que reside a magia do bordado livre, na capacidade de criar algo novo, original cada vez que a agulha faz o volteio com a linha. Não é preciso ter um desenho prévio em mãos, pois o próprio ato de bordar torna-se uma forma de criação intuitiva.
É bem verdade que ter habilidades básicas de desenho pode ajudar no planejamento e na composição do bordado, mas não é um requisito indispensável se levarmos em conta o ser planejador e sensível em nós. Podemos encontrar inspiração em diferentes fontes, como a natureza, a arte, a música e principalmente em nossas próprias experiências pessoais. A simplicidade de um traço ou a complexidade de um padrão geométrico pode ganhar vida por meio das agulhas e dos fios, independentemente de nossas habilidades de desenho.
Convite para deixar de lado medos, autocensura e rigor
Ao bordar, podemos deixar a intuição nos guiar, permitindo que as linhas tracem seu próprio caminho, revelando formas e texturas surpreendentes. O bordado livre convida-nos a explorar a dimensão tátil e sensorial do processo criativo do qual falamos acima, quando torna-se uma expressão única de nossos sentimentos e pensamentos.
O bordado livre proporciona a oportunidade de explorar novos caminhos, experimentar técnicas e materiais diversos e expressar nossas emoções de maneira surpreendente. Por isso não precisamos ser mestres do desenho para criar peças únicas e cheias de significado. Na verdade, o que importa é a nossa imaginação e a capacidade de conexão com as possibilidades infinitas das linhas, fios e dos pontos sobre a trama do tecido de seda dos nossos sonhos.
Ao quebrar o mito de que o desenho é essencial para o bordado, abrimos espaço para uma diversidade de estilos e abordagens criativas. Cada pessoa pode encontrar sua própria linguagem no bordado livre, explorando técnicas, texturas e combinação de cores que reflitam sua essência única. É uma oportunidade de libertar-se das amarras da autocrítica e da busca pela perfeição, e simplesmente permitir que a criatividade flua.
Esse é um convite para deixar de lado medos, autocensura, rigor e aventurar-se no mundo livre do bordado. Permita-se experimentar a combinação perfeita entre desenhos e bordados sem preconceitos, descobrir e criar sem limites.
A liberdade de criação está ao alcance de todos, independentemente das habilidades de desenho. O que importa é a disposição de expressar-se e guiar-se pela magia das agulhas, dos fios da imaginação. Valorize sua intuição, experimente, divirta-se, persista e permita que a magia das linhas, agulhas e dos pontos transformem seus bordados em belas obras únicas.
Brasília, 07/06/2023
Cada texto que vocês publicam, fico maravilhada!
Obrigada, por compartilham tesouros do saber.
Parabéns a esta família, que tem os dons de ilustrar com agulhas e linhas: sonhos, criações e realizações.
Abraços!
Esse texto é muito esclarecedor, da nossa liberdade de expressão com agulhas e fios! Obrigada
Coisas lindas, cada bordado lindo e perfeito, parabéns as bordadeiras.