Ao longo dos tempos tear, bordado e cores entrelaçam seus fios para que a mulher pesponte seus recontos de forma intensa, criativa. Em busca de sonhos o tear vai tramando itinerários, o bordado brinca com os tons que a vida tem, dá cambalhotas e salta do bastidor para ser vida em construção.
A liberdade desse Ser Feminino é uma conquista cotidiana, em cada ponto a saltar fora do “círculo do bastidor”.
Quando agulhas e linhas percorrem as tramas e urdiduras em busca do seu espaço no tecido-vida; quando o fio tênue que liga a ancestralidade à contemporaneidade é entrelaçado; quando é necessário sair do traçado e experimentar imagens inéditas até para si mesma; quando a necessidade propõe desmanchar e fazer de novo; quando a liberdade surge de mansinho e anônima no bordado, desafiadora emocionante; então é aí, com pontos cheios ou leves pespontos, pontos de ser ou alinhavos da alma, que mulheres e homens dão vida ao cotidiano.
Numa dessas belas oportunidades que se ganha como um presente, ao bordar o cotidiano e libertação de uma mulher no conto “A Moça Tecelã tomamos emprestados fios especiais. Todos eles feitos de terra, água, ar e faíscas de fogo que pulsam com toda a força feminina nesses bordados e ilustrar as palavras de Marina Colasanti.
“Acordava ainda no escuro, como se ouvisse o sol chegando atrás das beiradas da noite. E logo sentava-se ao tear.
Linha clara, para começar o dia. Delicado traço cor da luz que ela ia passando entre os fios estendidos, enquanto lá fora a claridade da manhã desenhava o horizonte. Depois lãs mais vivas, quentes lãs iam tecendo hora a hora, em longo tapete que nunca acabava.
Se era forte demais o sol, e no jardim pendiam as pétalas, a moça colocava na lançadeira grossos fios cinzentos do algodão mais felpudo.
Em breve, na penumbra trazida pelas nuvens, escolhia um fio de prata, que em pontos longos rebordava sobre o tecido. Leve, a chuva vinha cumprimentá-la à janela.
Trecho do livro “A Moça Tecelã”, de Marina Colasanti. Ilustrações Matizes Dumont. Global Editora 2004.
Um convite irrecusável
… Ao relembrar esses bordados e trazer esse conto para finalizar o nosso ponto de prosa, fica aqui o chamado: experimentar no cotidiano o seu jeito único no encontro com o feminino. Convite para ser alumbramento, ser luz: novas tessituras no bordado-vida!
No dia da mulher o abraço carinhosamente bordado em delicados “pontos de inspiração”.
Eu aprecio muito todos os trabalhos de bordados de vocês!!!!
Feliz dia das Mulheres !!!
Que o espírito do bordado sempre nos inunde, inspirando-nos delicadamente.
Gratidão..
Sou uma admiradora do trabalho do Grupo Matizes
há muitos anos,tenho todos os livros .
O livro Harmonia das cores nos fios do bordado é uma verdadeira obra de arte.
Recebi visita perdi a.live
Que artistas maravilhosas!!!As palavras tocam nossa alma deixando-nos leves e soltas para sonhar e bordar!!!Obrigada irmãs Dumont!!
Conheço as obras da família Dumont! Saõ bordados magnificos e que nos tocam a alma. Tenho vários livros e o Harmonia das Cores é uma obra de Arte! Obrigada por comparilharem o seu saber e conhecimento conosco. Gd abraço .