Dentre os principais desafios do bordado livre e contemporâneo está a percepção de que o bordado é uma arte que nos possibilita a conexão com a sensibilidade, com a beleza das coisas e sentimentos mais delicados. A leitura das linhas do bordado é uma vivência plena e enriquecedora que possibilita a superação de desafios para transformações pessoais e coletivas. Por tudo isso essa arte milenar tem importante papel na Promoção da Saúde nesse tempo em que ainda é necessário ficar em isolamento social, tempo de enfrentar os medos para diminuir a solidão.
Os desafios do praticante do bordado nos dias atuais são diferentes dos desafios de ontem, e vão desde a visão de mundo e de sua relação consigo mesmo(a), até a maneira como nos relacionamos com a natureza e com os outros.
Ao pensar sobre isso podemos pespontar aqui o que você não precisa incluir na sua prática do bordado livre.
Pressa, precipitação ou impaciência
O bordado livre é sem pressa e tem seu tempo. Tempo de desapego, de aceitar a velocidade e ritmo próprio com paciência. Caso seja necessário, desmanche, refaça!
A paciência necessária para deixar fluir a criatividade em belo momento de criação que abriga a descontração, leveza. Experienciar o bordado é algo que possibilita que você exteriorize seus sentimentos com agulhas e linhas. Quando o bordado estiver terminado que seja lembrado como algo divertido e prazeroso. Olhe em volta sem pressa, observe um jardim, um campo florido, uma árvore, ou pequenas formas da natureza. Isso vai encantar você e nutrir seu bordado!
Os limites da técnica – não precisa afobação para aprender muitos pontos
Como eu já disse antes, a técnica deve ser uma referência – nunca uma exigência. Fundamental transpor aspecto apenas instrumental e mobilizar forças interiores da criação espontânea.
Aprendemos como usar agulhas e fazer os movimentos dos pontos conforme técnicas de bordadeiras que vieram antes de nós e sinalizam um jeito pessoal de fazer. Cada um(a) de nós pode escolher como fazer nossos pontos sem nos aprisionarmos ao certo ou errado. Nem precisamos ter afobação em saber fazer muitos pontos. A maioria das vezes um lindo bordado não tem nada a ver com número variado de pontos, e sim com a simplicidade.
Restrição ao uso de diferentes tipos de fios
Ao bordar com simplicidade e ousadia você não precisa se prender aos ensinamentos do bordado de outros tempos como o bordado clássico que preconizava a utilização de fios sempre do mesmo tipo. No bordado livre e contemporâneo você pode recorrer à diversidade de fios – pode misturar e explorar a maciez da lã ou o mais puro algodão e seda para expressar melhor na linguagem do bordado Recurso para dar volume, brilho, intensidade, texturas como um belo jardim com a ser descoberto.
Coisa mais linda um jardim com diferentes nuances de cores. No bordado livre assim é também. Por isso escute a beleza e deixe-a falar por meio dos variados tipos de linhas que você tiver.
(Des)confiança de sua manualidade
Nesse movimento de experimentar as coisas novas na sua bordação, o que será o medo de errar senão o (des)confiar da sua manualidade? Quantas vezes já ouvi ao longo dos anos algo assim: ”Não sei fazer nada com as mãos”, ou “não levo jeito para bordado e nunca me ocupei de nada manual”.
A prática do bordado livre é instigante convite a con(fiar) no seu poder de usar os erros a seu favor, a visitar o imprevisível. Desafio para transitar sobre a feiura para visitar o belo, exercitar o seu direito ao avesso.
Usando a metáfora da vida como um jardim, experimente fazer da sua vida uma floração intensa de diferentes formas, cores e surpresas do olhar e de desabrochar o Ser Sensível em você.
Você e sua Família são um presente de Deus na ” inflorescência” das nossas vidas, para apreciarmos o belo!
Como, também, para nos proporcionar fazermos “desabrochar” de dentro das nossas almas um potencial criativo!
Com meu afeto e admiração!
Deus lhe abençoe!
O bordado me trouxe um mundo de cor, de ir e voltar, do fazer e refazer ou simplesmente parar e retomar quando o coração pedir.
Conhecer as madrinhas foi um presente.
Saúde e paz para toda a família Matizes Dumont.
Boa noite!
Espero encontrar a magia, neste tipo de bordado.
Estou ansiosa!
Parabéns!
Sempre suas sábias palavras a nos guiar a nos mostrar o caminho da
” Bordação “com sensibilidade e poesia.
Quanta sensibilidade no uso da palavra! Você tocou meu coração. Muito grata.
Marilu, além de lidar com linhas, tecidos, fios, cores, riscos, liberdade, criatividade, beleza, generosidade, simplicidade, alegria, tens um jeito ímpar de tratar as palavras, as construções frasais, os movimentos ricos e profundos e leves das ideias, dos pensamentos, de uma prosa/poesia maravilhosa.
É um verdadeiro deleite ler o que escreves sobre esta arte que tanto amamos: o bordar!
Este texto, especialmente, além de toda inspiração, incentivo, estímulo, é extremamente ENCORAJADOR!!!
Nos impele a enfrentarmos o medo de não sermos capazes de fazermos as belezuras, as verdadeiras obras de arte que vocês fazem…
Nos incita a superarmos uma certa paralisia frente a tanta lindeza, competência, domínio de cada aspecto que redunda nos resultados dos trabalhos que vocês apresentam desde no mais singelo, despretensioso risco aos mais desafiadores deles…
Esse texto é poderoso estímulo a quem é tímido para bordar…
É próprio daqueles mestres/líderes que não admitem deixar quem quer que seja para trás!
Forte, longo, carinhoso abraço!
Gratidão!!!
Comprei o curso e não vejo a hora de iniciá-o! Sempre fui fã dos seus trabalhos, são maravilhosos.
Abraços.
Estamos ansiosos para começar a bordar juntos, Izabele!
Marilu, (re)aprendi com vocês a ver a beleza na singeleza de uma flor, a liberdade no voo de um pássaro, a alegria em um sorriso de criança. Com vcs voltei a ser uma caçadora de belezas. Deus abençoe vocês tds!
Muito interessante!!! Reflexão importante ♡♡♡
Oi Suzi, não deixe de acompanhar o blog. Sempre teremos novas reflexões!
Que comentário lindo, Lucimari. ♡ ♡ ♡
Obrigada por esse texto sofisticado, sensível e encorajador.
Oi Ursula. Marilu sabe como nos levantar, não é?